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MP 936 vira Lei 14.020/2020; confira o que muda para o trabalhador
Publicada pelo governo federal no dia 1º de abril como uma forma de enfrentar a pandemia do novo coronavírus no mercado formal de trabalho, a MP (medida provisória) 936 virou lei.
Sob o número 14.020, a legislação foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro na tarde de segunda-feira (6) e publicada no “Diário Oficial da União” nesta terça (7), com alterações em relação às regras originais.
Dentre as principais mudanças estão duas que afetam diretamente os trabalhadores: a possibilidade de prorrogar a redução de salário e jornada ou a suspensão do contrato de trabalho e novos valores salariais que dão ao patrão o direito de enviar acordo individual aos empregados.
Segundo Bruno Bianco, secretário de Previdência e Trabalho, haverá decreto de prorrogação dos prazos, que deve ser de mais um mês para a redução da jornada e de mais dois meses para a suspensão do contrato. “Ficaremos com quatro meses para cada uma [das medidas]”, disse ele, em entrevista à GloboNews.
Essa autorização está no artigo 7º, “quando faz referência à possibilidade de prorrogação por prazo determinado pelo Poder Executivo.
A prorrogação pode ocorrer, mas apenas enquanto durar o estado de calamidade pública da pandemia de coronavírus.
Quanto às alterações nas regras para fechar acordo individual com o profissional, neste caso, o patrão pode optar por fazer o acordo ou a negociação com o sindicato, de forma coletiva. A negociação coletiva é, do ponto de vista da empresa, sempre mais segura.
Os acordos —individuais ou coletivos —não podem ser feitos por “imposição ou à revelia do empregado.
Na pandemia | Para trabalhadores formais
A MP 936, que trouxe a possibilidade de reduzir jornada e salário ou suspender o contrato de trabalho, foi convertida em lei
Publicada na terça-feira (7), a lei 14.020 mantém regras originais da medida provisória, mas traz novas mudanças para o trabalhador
Veja o que foi alterado
Há duas principais mudanças entre a medida provisória 936 e a lei 14.020, derivada dela
1 - Prorrogação do corte de salário e da suspensão dos contratos
O artigo 7º da lei diz que os acordos entre patrão e empregado poderão ser prorrogados, enquanto durar o estado de calamidade pública da pandemia de coronavirus, “por prazo determinado em ato do Poder Executivo”
Com isso, decreto com o novo prazo-limite deve ser publicado nos próximos dias pelo governo federal
Confira os novos prazos
Medida Como era antes Como deverá ficar
Suspensão do
contrato de trabalho Podia ser por até 60 dias A medida poderá ser prorrogada por mais 2 meses, somando, ao todo, 120 dias
Redução proporcional
de jornada e salário Poderia ser fechado por até 90 dias A nova regra deve ampliar o prazo por mais um mês, para até 120 dias
2 - Alteração nos valores que permitem acordo individual ou obrigam negociação coletiva
A lei 14.020 mudou os valores de salários que permitem ao patrão negociar de forma individual com o empregado
Além disso, o faturamento da companhia também será levado em consideração
O que diz a regra
Segundo o artigo 12, a negociação poderá ser individual nos seguintes casos:
Funcionários que ganhem até dois salários mínimos, o que dá R$ 2.090 neste ano, desde que sejam de empresas que, em 2019, faturaram mais de R$ 4,8 milhões
Trabalhador com salário até R$ 3.135 (três salários mínimos), para empresas com receita bruta de até R$ 4,8 milhões em 2019
Profissional com diploma de curso superior que ganhe duas vezes o teto do INSS, o que dá R$ 12.202,12 neste ano
Patrão pode escolher
Nestes casos, a negociação também poderá ser coletiva
Fique ligado
Para o trabalhador que não se enquadre em nenhuma dessas regras, o acordo tem que ser coletivo
No entanto, se a redução for de 25%, o negociação poderá ser individual
Trabalhador poderá ter regras diferentes
Segundo a lei publicada nesta terça, se, após o acordo individual, houver a celebração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho com cláusulas diferentes do acordo individual, prevalecerão as seguintes regras:
1) Aplicação do acordo individual no período anterior ao da negociação coletiva
2) A partir da entrada em vigor da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho,
as regras do acordo coletivo é que valem, no caso de haver conflito entre as normas
O que não mudou
Pagamento de benefício
O trabalhador segue com direito de receber do governo o BEm (benefício emergencial), que tem como base o valor do seguro-desemprego ao qual o profissional teria direito
Ele também leva em consideração o tipo de acordo fechado, a receita bruta da empresa e o percentual definido na negociação
Prazos para informar o governo e receber a ajuda compensatória
O acordo deve ser informado em até dez dias ao Ministério da Economia
O profissional receberá a primeira parcela do BEm 30 dias depois da negociação com a empresa, desde que o Ministério da Economia seja informado no prazo definido na lei
Garantia provisória de emprego
A estabilidade provisória de emprego vale pelo dobro do período em que durar o acordo
Se demitir, o patrão paga uma indenização ao trabalhador
Regras dos acordos individuais
Eles devem ser por escrito e enviados com até dois dias de antecedência ao profissional
Profissional pode não aceitar o acordo
O trabalhador que não quiser o acordo individual proposto pelo patrão pode falar não
Mas corre o risco de ser demitido sem justa causa
Neste caso, tem direito a seguro-desemprego, FGTS e mais 40% de multa sobre o saldo do Fundo de Garantia
Fontes: Lei 14.020, de 6 de julho de 2020, Bruno Bianco, secretário de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia.
Sob o número 14.020, a legislação foi sancionada pelo presidente Jair Bolsonaro na tarde de segunda-feira (6) e publicada no “Diário Oficial da União” nesta terça (7), com alterações em relação às regras originais.
Dentre as principais mudanças estão duas que afetam diretamente os trabalhadores: a possibilidade de prorrogar a redução de salário e jornada ou a suspensão do contrato de trabalho e novos valores salariais que dão ao patrão o direito de enviar acordo individual aos empregados.
Segundo Bruno Bianco, secretário de Previdência e Trabalho, haverá decreto de prorrogação dos prazos, que deve ser de mais um mês para a redução da jornada e de mais dois meses para a suspensão do contrato. “Ficaremos com quatro meses para cada uma [das medidas]”, disse ele, em entrevista à GloboNews.
Essa autorização está no artigo 7º, “quando faz referência à possibilidade de prorrogação por prazo determinado pelo Poder Executivo.
A prorrogação pode ocorrer, mas apenas enquanto durar o estado de calamidade pública da pandemia de coronavírus.
Quanto às alterações nas regras para fechar acordo individual com o profissional, neste caso, o patrão pode optar por fazer o acordo ou a negociação com o sindicato, de forma coletiva. A negociação coletiva é, do ponto de vista da empresa, sempre mais segura.
Os acordos —individuais ou coletivos —não podem ser feitos por “imposição ou à revelia do empregado.
Na pandemia | Para trabalhadores formais
A MP 936, que trouxe a possibilidade de reduzir jornada e salário ou suspender o contrato de trabalho, foi convertida em lei
Publicada na terça-feira (7), a lei 14.020 mantém regras originais da medida provisória, mas traz novas mudanças para o trabalhador
Veja o que foi alterado
Há duas principais mudanças entre a medida provisória 936 e a lei 14.020, derivada dela
1 - Prorrogação do corte de salário e da suspensão dos contratos
O artigo 7º da lei diz que os acordos entre patrão e empregado poderão ser prorrogados, enquanto durar o estado de calamidade pública da pandemia de coronavirus, “por prazo determinado em ato do Poder Executivo”
Com isso, decreto com o novo prazo-limite deve ser publicado nos próximos dias pelo governo federal
Confira os novos prazos
Medida Como era antes Como deverá ficar
Suspensão do
contrato de trabalho Podia ser por até 60 dias A medida poderá ser prorrogada por mais 2 meses, somando, ao todo, 120 dias
Redução proporcional
de jornada e salário Poderia ser fechado por até 90 dias A nova regra deve ampliar o prazo por mais um mês, para até 120 dias
2 - Alteração nos valores que permitem acordo individual ou obrigam negociação coletiva
A lei 14.020 mudou os valores de salários que permitem ao patrão negociar de forma individual com o empregado
Além disso, o faturamento da companhia também será levado em consideração
O que diz a regra
Segundo o artigo 12, a negociação poderá ser individual nos seguintes casos:
Funcionários que ganhem até dois salários mínimos, o que dá R$ 2.090 neste ano, desde que sejam de empresas que, em 2019, faturaram mais de R$ 4,8 milhões
Trabalhador com salário até R$ 3.135 (três salários mínimos), para empresas com receita bruta de até R$ 4,8 milhões em 2019
Profissional com diploma de curso superior que ganhe duas vezes o teto do INSS, o que dá R$ 12.202,12 neste ano
Patrão pode escolher
Nestes casos, a negociação também poderá ser coletiva
Fique ligado
Para o trabalhador que não se enquadre em nenhuma dessas regras, o acordo tem que ser coletivo
No entanto, se a redução for de 25%, o negociação poderá ser individual
Trabalhador poderá ter regras diferentes
Segundo a lei publicada nesta terça, se, após o acordo individual, houver a celebração de convenção coletiva ou acordo coletivo de trabalho com cláusulas diferentes do acordo individual, prevalecerão as seguintes regras:
1) Aplicação do acordo individual no período anterior ao da negociação coletiva
2) A partir da entrada em vigor da convenção coletiva ou do acordo coletivo de trabalho,
as regras do acordo coletivo é que valem, no caso de haver conflito entre as normas
O que não mudou
Pagamento de benefício
O trabalhador segue com direito de receber do governo o BEm (benefício emergencial), que tem como base o valor do seguro-desemprego ao qual o profissional teria direito
Ele também leva em consideração o tipo de acordo fechado, a receita bruta da empresa e o percentual definido na negociação
Prazos para informar o governo e receber a ajuda compensatória
O acordo deve ser informado em até dez dias ao Ministério da Economia
O profissional receberá a primeira parcela do BEm 30 dias depois da negociação com a empresa, desde que o Ministério da Economia seja informado no prazo definido na lei
Garantia provisória de emprego
A estabilidade provisória de emprego vale pelo dobro do período em que durar o acordo
Se demitir, o patrão paga uma indenização ao trabalhador
Regras dos acordos individuais
Eles devem ser por escrito e enviados com até dois dias de antecedência ao profissional
Profissional pode não aceitar o acordo
O trabalhador que não quiser o acordo individual proposto pelo patrão pode falar não
Mas corre o risco de ser demitido sem justa causa
Neste caso, tem direito a seguro-desemprego, FGTS e mais 40% de multa sobre o saldo do Fundo de Garantia
Fontes: Lei 14.020, de 6 de julho de 2020, Bruno Bianco, secretário de Previdência e Trabalho, do Ministério da Economia.