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Comissão especial mantém votação da reforma da Previdência na quarta

A votação da reforma da Previdência na comissão especial da Câmara dos Deputados está mantida para quarta-feira, após reunião na noite de segunda-feira entre o presidente Michel Temer, deputados e ministros. Os integrantes do colegiado que se mostraram contrários à proposta devem ser substituídos por outros integrantes da base mais “fiéis”.

“Está mantido na quarta-feira. Não ouvi ninguém falar de adiamento”, disse o deputado Heráclito Fortes, um dos que participou.

A meta do governo é fazer entre 22 e 25 votos, dentre os 37 participantes, como demonstração de força para aprovar o texto em plenário – onde é preciso conseguir pelo menos 308 votos para aprovar emendas à Constituição.

Os integrantes podem ser substituídos a qualquer momento pelos líderes, o que deve ocorrer com parlamentares reticentes. No PSDB, um dos três titulares da comissão já se manifestou contra, Eduardo Barboza (MG), pedindo mais mudanças para o texto ficar “confortável”.

No PR, há uma vaga aberta após o titular pedir para deixar a comissão porque não queria o desgaste de votar a favor do projeto. No PSB, o deputado Bebeto (BA) é voto certo contra a reforma, e não há possibilidades de muda-lo porque o partido decidiu se posicionar pela rejeição da proposta – mas o suplente é a favor, e o governo pode trabalhar para que Bebeto não apareça para registrar seu voto.

Outros partidos da base estão com os integrantes da comissão fechados a favor da reforma e não devem ocorrer modificações: PMDB, PP, DEM e PSD.

Solidariedade e PTB, ambos da base, devem votar contra na comissão, onde são representados por parlamentares historicamente críticos deste tipo de reforma. PHS e Pros, que negociam cargos com o governo, hoje se manifestam pela rejeição – o governo trabalha para que sejam substituídos por deputados favoráveis.

Apesar de decidir votar na quarta-feira o projeto, a análise em plenário ainda deve demorar. O governo sabe que está longe do apoio de 308 deputados em plenário e pretende gastar de duas a três semanas para formar maioria a favor da reforma.

Fonte: Jornal Valor Econômico, Edição de 2 de maio de 2017.

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